terça-feira, 19 de abril de 2011

BULLYING....

Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de “brincadeira”. Estudos recentes revelam que esse comportamento, que até há bem pouco tempo era considerado inofensivo e que recebe o nome de bullying, pode acarretar sérias conseqüências ao desenvolvimento psíquico dos alunos, gerando desde queda na auto-estima até, em casos mais extremos, o suicídio e outras tragédias.




Por Diogo Dreyer

Quem nunca foi zoado ou zoou alguém na escola? Risadinhas, empurrões, fofocas, apelidos como “bola”, “rolha de poço”, “quatro-olhos”. Todo mundo já testemunhou uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas. Mas esse comportamento, considerado normal por muitos pais, alunos e até professores, está longe de ser inocente. Ele é tão comum entre crianças e adolescentes que recebe até um nome especial: bullying. Trata-se de um termo em inglês utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes. Traduzido ao pé da letra, seria algo como intimidação. Trocando em miúdos: quem sofre com o bullying é aquele aluno perseguido, humilhado, intimidado.

E isso não deve ser encarado como brincadeira de criança. Especialistas revelam que esse fenômeno, que acontece no mundo todo, pode provocar nas vítimas desde diminuição na auto-estima até o suicídio. “bullying diz respeito a atitudes agressivas, intencionais e repetidas praticadas por um ou mais alunos contra outro. Portanto, não se trata de brincadeiras ou desentendimentos eventuais. Os estudantes que são alvos de bullying sofrem esse tipo de agressão sistematicamente”, explica o médico Aramis Lopes Neto, coordenador do primeiro estudo feito no Brasil a respeito desse assunto — “Diga não ao bullying: Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes”, realizado pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia). Segundo Aramis, “para os alvos de bullying, as conseqüências podem ser depressão, angústia, baixa auto-estima, estresse, absentismo ou evasão escolar, atitudes de autoflagelação e suicídio, enquanto os autores dessa prática podem adotar comportamentos de risco, atitudes delinqüentes ou criminosas e acabar tornando-se adultos violentos”.

A pesquisa da Abrapia, que foi realizada com alunos de escolas de Ensino Fundamental do Rio de Janeiro, apresenta dados como o número de crianças e adolescentes que já foram vítimas de alguma modalidade de bullying, que inclui, além das condutas descritas anteriormente, discriminação, difamação e isolamento. O objetivo do estudo é ensinar e debater com professores, pais e alunos formas de evitar que essas situações aconteçam. “A pesquisa que realizamos revela que 40,5% dos 5.870 alunos entrevistados estão diretamente envolvidos nesse tipo de violência, como autores ou vítimas dele”, explica Aramis.

A denominação dessa prática como bullying, talvez até por ser um termo estrangeiro, ainda causa certa polêmica entre estudiosos do assunto. Para a socióloga e vice-coordenadora do Observatório de Violências nas Escolas — Brasil, Miriam Abramovay, a prática do bullying não é o que existe no país. “O que temos aqui é a violência escolar. Se nós substituirmos a questão da violência na escola apenas pela palavra bullying, que trata apenas de intimidação, estaremos importando um termo e esvaziando uma discussão de dois anos sobre a violência nas escolas”, opina a coordenadora.

Mas, tenha o nome que tiver, não é difícil encontrar exemplos de casos em que esse tipo de violência tenha acarretado conseqüências graves no Brasil.

Em janeiro de 2003, Edimar Aparecido Freitas, de 18 anos, invadiu a escola onde havia estudado, no município de Taiúva, em São Paulo, com um revólver na mão. Ele feriu gravemente cinco alunos e, em seguida, matou-se. Obeso na infância e adolescência, ele era motivo de piada entre os colegas.

Na Bahia, em fevereiro de 2004, um adolescente de 17 anos, armado com um revólver, matou um colega e a secretária da escola de informática onde estudou. O adolescente foi preso. O delegado que investigou o caso disse que o menino sofria algumas brincadeiras que ocasionavam certo rebaixamento de sua personalidade.

Vale lembrar que os episódios que terminam em homicídio ou suicídio são raros e que não são poucas as vítimas do bullying que, por medo ou vergonha, sofrem em silêncio.

Além de haver alguns casos com desfechos trágicos, como os citados, esse tipo de prática também está preocupando por atingir faixas etárias cada vez mais baixas, como crianças dos primeiros anos da escolarização. Dados recentes mostram sua disseminação por todas as classes sociais e apontam uma tendência para o aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade dos alunos. “Diversos trabalhos internacionais têm demonstrado que a prática de bullying pode ocorrer a partir dos 3 anos de idade, quando a intencionalidade desses atos já pode ser observada”, afirma o coordenador da Abrapia.

9 comentários:

  1. Excelente texto!!!!Nos faz refletir sobre importantes assuntos que muitas vezes são tratados como corriqueiros em nossa sala de aula e podem tomar proporções desastrosas se não pararmos, refletirmos e ensinarmos nossos alunos a lidarem com as diferenças e frustrações com paciência e acima de tudo respeito.
    Concordo com a professora Adriana, é preciso chamar a atenção para o assunto com atitudes, promover o respeito, a solidariedade.
    Pois bem, os "SUPERPROFESSORES" têm mais essa missão para salvar a humanidade.

    Profª Fabiana

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  2. Esse blog é muito legal e é bom para todos saberem sobre o bullying, na minha classe acontecia muito isso,mas nós paramos de xingar e tirar sarro nos outros, a professora ensinou ter respeito.Ela fala todo dia.
    Jennifer Bianca 4º ano c PROFA HéLIA PINHOLI MUNGO

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  3. Esse tipo de violência tem sido cada vez mais noticiado e precisa de educadores atentos para evitarem consequências desastrosa.

    O bullying sempre existiu porém esta tomando dimensões assustadoras em decorrências da perda de valores da nossa sociedade que valoriza o ter ao ser a qualquer custo. Cabe sim a escola desenvolver um trabalho de orientação e conscientização a respeito do Buling, porém não é dever somente da escola ensinar, mas a educação moral também deve ser feita pela família.
    Assunto que deve ser tratado com critério e bastante responsabilidade, não pode haver omissão de responsabilidades, tanto por parte da família como da escola.
    Profª Beatriz Aguiar

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  4. O bullyng tem proporcinado na mídia uma avalanche de notícias, cada uma mais assustadora que outra,o que antes somente as vítimas sofriam,passou a ser compartilhado, muitas vezes de forma dolorosa e ultrajante. O combate urgente deve ser em todos os âmbitos, familiares, escolares e sociais. O texto alerta e nos estimula a não ficar de braços cruzados, enquanto os fatos podem estar diante dos nossos olhos, fingir que não acontece é desatroso demais. Vamos combater, orientando e observando, antes que mais vítimas resolvam tomar as drásticas atitudes ou sofram caladas sem alguém que as socorram.Proª Sueli Pacheco

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  5. O bulling pode estar mais perto do que imaginamos, as vítimas silenciosas, oferecem um risco tardio, devemos combater esse mal que aflige tanto as crianças e jovens dentro das escolas. Profª Bete.

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  6. Não coloque apelido nos nomes dos amigos e colegas e outras pessoas, é feio isso não é coisa de se fazer. Criança bonita e boazinha não faz isso como outras crianças, não faz, por que, eu te aconselho não se coloca apelido nos amigos e colegas.Anykelly

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  7. O bullyng tem tomado uma imensa repercussão porque as pessoas que sofriam em silêncio estão se manifestando, isso faz com que as pessoas ligadas ao ensino venham a se preocupar mais, para combate-lo com projetos e ou providencias urgentes.Profª Rita

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  8. nós não podemos xingar,nem colocar apelidos no colega da escola,por que um dia ele pode se revoltar e voltar com violência contra nós. Devemos respeitar todos. Victor

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  9. Existem violências mais marcantes que as crianças podem sofrer, o bullyng é apenas uma delas!
    O descaso, a liniência, a falta de interesse quando relacionados a educação pode causar seqüelas muito piores, pois deixa de formar cabeças pensantes, pessoas atuantes, cidadãos, forma então alienados cultural e socialmente.
    É que está na moda falar do bullyng!
    Desde a minha tenra infância (é fui bem jovem um dia!) isso já existia, mas não tinha tantos psicólogos para tentarem adivinhar o que se passa na cabeça das pessoas.
    Tarefa aliás, que nenhum deles pode executar!


    PS Vocês sabem qual a importância do Código Florestal na nossa vida? Acham que não tem nenhuma? Ou que é muito importante? Leiam essa semana no Cidadão sobre a mudança no Código Florestal
    Abração

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